Projeto do 7º ano - Colégio Santa Maria

Uma origem mágica - Rafael Fontan Ottolia 7º Ano C

29/09/2011 08:39

Uma origem mágica

           

Há muito tempo, havia uma vila povoada por homens, anões, e fadas. A vida na vila era muito tranquila e as relações entre os seres que lá moravam, eram muito pacíficas. Mas um dia, um feiticeiro com sede de poder e riqueza, aproximou-se da magia das trevas, aprimorou seu conhecimento e atraiu diversos seguidores para o lado negro da magia.

            O feiticeiro era rejeitado pelo povo, por ter aprendido a magia negra e ter ganhado tal dom. Vingativo, armou o seu exército e mandou os seus aprendizes raptarem a filha do Rei do reino vizinho, a moça mais bela da todas. O feiticeiro pediu-a em casamento muitas vezes, mas, corajosa, a princesa negava todas as tentativas de seu raptor.

            Raivoso, o feiticeiro trancou-a dentro da torre do relógio, dizendo que  somente sairia de lá, se aceitasse a proposta de casamento. Para se distrair enquanto a jovem pensava, para o desespero dos cidadãos, ele começou uma guerra dentro do vilarejo.

            Enquanto isso, o melhor cavaleiro do Rei pediu a ele permissão para salvar a sua filha. O Rei assentiu e enviou-lhe também, um mago e um arqueiro em seu auxílio. Assim os três começaram a sua jornada em direção à torre do relógio da vila vizinha.

            Cavalgavam bravamente em seus pégasos, até chegarem aos portões da cidade. Estavam abertos e de fora dele, os heróis observavam uma triste cena. Crianças machucadas choravam no chão de terra, protegendo o rosto com as mãos, imaginando uma situação melhor, junto com as mães que tentavam acalmá-las; os homens e os anões mais velhos tentavam com toda a sua força proteger o vilarejo dos aliados do feiticeiro.

            A vila era formada por descidas, então, cavalgar pelas ruas íngremes não seriam uma boa ideia. Por isso, continuaram a pé . As casas iam se incendiando pelos feiticeiros.

            - O que fazemos? – Perguntava o Arqueiro.

            Porém, o cavaleiro já tinha tudo em mente. Mandou o mago usar a magia para apagar as chamas das casas, enquanto ele e o arqueiro detinham o maior número de feiticeiros das trevas que conseguiam.

            O plano ia bem, porém um grupo de feiticeiros bolou uma armadilha contra os heróis. Um os distraía, enquanto outros dois os pegavam pelas costas.

            “Esse é o fim”, pensavam eles, “Nossa viagem até aqui foi inútil”.

            - Algum problema, senhores? – Perguntou uma voz vindo de trás deles. Era um homem, junto com um anão. Os feiticeiros estavam caídos, desacordados, no chão. – Não se preocupem, acho que podemos assumir daqui.

            Gratos, continuaram o caminho por uma mata que havia dentro da vila. A névoa das montanhas ao redor do vilarejo estava descendo, deixando o clima úmido. As rochas da trilha começavam a ficar escorregadias e não se enxergava muito bem por causa da névoa. Então, a ponta do cajado do mago ficou vermelha e uma chama começou a dançar sobre o cristal do cajado, fazendo com que a névoa em volta se condensasse e o alcance da visão fosse maior.

            Atravessaram um pequeno riacho com muito cuidado e seguiram pela mata, e então, o arqueiro parou.

            - O que foi? – Perguntou o mago.

            - Shh! Silêncio! – Sussurrou o cavaleiro.

            Foi então que uma moça jovem, de cabelos ruivos, se aproximou.

            - Q...Quem é você – Pergunta o arqueiro.

            - Sou uma ninfa das florestas – Apresentou-se – Não se preocupem, não pretendo machucá-los, vim aqui avisá-los que a torre está sendo vigiada e que precisarão da ajuda um do outro para poder chegar lá em cima – Dizia ela, com sua voz graciosa – Ah! Quase ia me esquecendo. Trouxe isso para vocês – Ela tirou uma grande caixa das costas e colocou-a no chão.

            - O...Oquê...? Um presente? – Perguntou o cavaleiro.

            - É sim, para ajudá-los nessa missão.

            Ela abriu a caixa e deu ao cavaleiro, uma espada cravejada com rubis, com punho de prata. Ela cabia perfeitamente em sua mão. Com o peso apropriado também.

            Para o mago, deu-lhe um novo cajado. Uma estaca de um metal nobre, cuidadosamente trabalhada. Na ponta, uma esfera de vidro brilhava em várias cores.

            E por fim, para o arqueiro, ela deu um novo arco, de madeira exótica, com uma corda feita de pêlo de unicórnio, que atribuía características mágicas às flechas de prata mortais que futuramente seriam lançadas em direção ao inimigo.

            - Devo deixá-los, heróis, mas lembrem-se de que somente unidos, poderão vencer o inimigo – Dizendo isso, ela se afastou em direção à mata e desapareceu.

            - Vamos! Temos uma tarefa a fazer! – Disse animado o cavaleiro depois de prender a nova bainha à cintura.

            Saíram da mata e assobiaram para que três pégasos viessem ao seu encontro. Sobrevoaram um trecho coberto pela neblina. Pelo que se via, a batalha estava chegando ao fim.

            Chegaram à torre do relógio, onde descobriram que a batalha estava realmente pesada. Desceram de seus pégasos e derrotaram alguns feiticeiros com os seus novos presentes.

            - O que fazemos agora? – Perguntou o Arqueiro.

            - Tenho um plano – Disse o cavaleiro – Sigam-me.

            Foram batalhando em meio ao cenário assustador: os trilhos estavam sendo pisoteados e vagões de trens ardiam em chamas, feiticeiros utilizavam magia negra para combater os aldeões. Mesmo assim, os cidadãos esforçavam-se em defender a tão amada cidade.

            Deslocaram-se até a entrada traseira da torre do relógio e subiram dois degraus de uma vez, até chegar em um amplo salão com um trono. O feiticeiro estava lá, sentado, entediado como se nada estivesse acontecendo.

            - O que vocês querem? – Perguntou ele, arrogantemente.

            - Queremos que deixe o vilarejo em paz e solte a princesa. – Disse o arqueiro.

            - Bem, por que vocês não lutam primeiro? – Perguntou o feiticeiro.

            Foi uma luta difícil. O feiticeiro se deslocava velozmente e tinha bons feitiços ofensivos e defensivos, mas juntos, os três amigos conseguiram controlá-lo: o cavaleiro cansou-o com a luta, o arqueiro atirou uma flecha que o envolveu com um tecido parecido com náilon e o mago deu uma pequena descarga elétrica no fio, para imobilizá-lo.

            O feiticeiro desistiu e confessou que só havia aprendido as artes das trevas, pois o povo o considerava estranho e não conseguiam ficar perto dele. Então pensou em se vingar de todos, recebendo olhares críticos do povo.

            Os heróis o convenceram de como é melhor viver em uma sociedade harmônica, sem conflitos, e cooperativa. No fim, o feiticeiro aceitou em viver com os outros cidadãos. E esse foi o fim do conflito. A paz reinou sobre a região. Mas ainda restava uma coisa.

            - Princesa! Aí está você! Viemos te salvar! – Disseram os amigos, contentes.

            - Nossa! Ainda bem! – Respondeu a princesa – Eu achava que essa guerra não ia ter fim. E aquele esquisito do feiticeiro do mal? O que aconteceu com ele?

            - Ele se arrependeu de tudo o que fez e agora vai tentar consertar tudo com o povo. Sejam bons com ele.

            A Princesa continuou a agradecer pela ajuda e ofereceu a um deles a sua mão em casamento.

            - Bom... Eu estou comprometido – Disse o mago.

- Idem – Disse o arqueiro.

- Se vocês já tem compromisso... Princesa aceita casar-se comigo?

- Seria uma honra, meu herói!

Mais tarde, voltaram ao palácio do Rei e entregaram a sua filha de volta. O Rei não conseguiu encontrar palavras para encontrar sua gratidão, e aceitou sem nenhuma objeção, a proposta de casamento do cavaleiro à sua filha.

Os três amigos dão uma passagem rápida na vila vizinha e são recebidos calorosamente pelos habitantes e pelo líder, que descobriram ser o homem que os ajudou a derrotar os feiticeiros.

- Mas ainda fica uma dúvida... – Começou o mago – Qual é o nome da vila?

- A vila ainda não tem nome, mas por sinal de gratidão ao que fizeram, vou dar a permissão para que vocês a nomeiem como acharem melhor. Podem pensar até semana que vem. – Prometeu o líder.

Então os três resolveram passear pela cidade.

Observaram o ciclo calmo dos habitantes. Ruas pouco movimentadas, um ou outro cidadão acendendo um cigarro na porta de casa, um casal em um bar, um homem cuidando de seus cachorros, crianças brincando, um grupo de amigos bebendo cerveja em um parque para crianças... Pessoas levando vidas tranquilas, despreocupadas.

Sentam-se em um gramado, contemplando o anoitecer e pensando na aventura que tiveram.

- E pensar que vamos nomear esta vila! Que honra! – Diz o arqueiro.

- Que tal o nome... Paranapiacaba? – Sugere o mago.

- Engraçado. Bem... ainda temos muito tempo para decidir – Conclui o cavaleiro.

Deixam-se levar por pensamentos perdidos, observando o céu estrelado sobre eles...

 

 

 

Rafael Fontan Ottolia                                                                            7º Ano C

                                                                                        


 

 

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