Projeto do 7º ano - Colégio Santa Maria

Tudo é um pouco mais - Laura Vieira de Oliveira 7º Ano A

16/09/2011 07:38

 O significado da palavra Paranapiacaba é "lugar de onde se vê o mar" (em tupi-guarani).

No século XIX, em um caminho íngreme, utilizado pelos índios, desde os tempos pré-coloniais, seria construída uma estrada de ferro que mudaria a paisagem do interior paulista e ocasionaria a fundação da Vila de Paranapiacaba. O principal motivo para a construção da Ferrovia Santos-Jundiaí, foi a expansão do café, que chegou ao Rio de Janeiro no início do século XIX.

A próxima região ocupada pela cultura cafeeira seria o oeste paulista, já bem no interior do estado. A partir daí tornou-se urgente encontrar um meio de escoar café com maior facilidade para o Porto de Santos. O mercado no exterior era certo, mas o produto levava dias de viagem em tropas de muares até o litoral.

A partir de 1896, começaram as obras. Paralelamente aos trabalhos de duplicação, a Vila também sofreria modificações. No alto de uma colina, os ingleses construíram a casa do engenheiro-chefe, chamada de Castelinho, de onde toda a movimentação no pátio ferroviário poderia ser observada.

Na mesma época, foi erguida a Vila Martim Smith, com casas em estilo inglês, de madeira e telhados em ardósia, para servir de moradia aos funcionários da empresa. Em 1900, o novo sistema de planos inclinados é inaugurado, recebendo o nome de Serra Nova.

Do outro lado da estrada de ferro, a Parte Alta de Paranapiacaba, que não pertencia à companhia, seguia padrões arquitetônicos diversos daqueles da vila inglesa. A área começou a ser ocupada por comerciantes para atender os ferroviários já na década de 1860. Ali também moravam os funcionários aposentados, que não poderiam mais usar as casas cedidas pela empresa.

Até meados da década de 40, os moradores viviam ali como uma grande família. A Vila era bem cuidada, com ruas arborizadas e casas pintadas.

O clube União Lira Serrano era o centro de uma intensa atividade sócio-cultural: bailes, jogos de salão, competições esportivas, encenações teatrais, exibições de filmes e concertos da Banda Lira.

Outro importante ponto de encontro, para fechar um negócio ou conversar sobre política e futebol, era a Estação. Nas noites de sábados e domingos, moços e moças

bem alinhados, interessados em namorar, caminhavam pelas plataformas largas, como relata João Ferreira, antigo morador da vila.

Em 1946, termina o período de concessão da São Paulo Railway Co. e todo seu patrimônio é incorporado ao da União. Este fato é apontado pelos antigos moradores como o início da decadência da Vila.

Com a desativação parcial do sistema funicular, na década de 70, mais um golpe: parte dos funcionários é dispensada ou aposentada e outros são contratados, para cuidar do novo sistema de transposição da serra - a cremalheira-aderência.

Nos anos de 1980, depois de várias denúncias na imprensa sobre a deterioração, na Vila é criado o Movimento Pró Paranapiacaba e, em 1986, a Rede Ferroviária entregou restaurado o Castelinho.

No ano seguinte, o núcleo urbano, os equipamentos ferroviários e a área natural de Paranapiacaba foram tombados pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico do estado de São Paulo.

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