Projeto do 7º ano - Colégio Santa Maria

PARANAPIACABA - MARINA EVANGELISTA

17/09/2011 08:53

            “Passagens para o trem: ok. Mochila: ok. Câmera fotográfica: ok.” Eu repetia comigo mesma. Olhei para o relógio. Eram nove e meia, ainda dava tempo.

            Cheguei à estação da Luz às dez em ponto. Quando entrei no trem, os guias já estavam lá. Dormi a maior parte do caminho mas, quando acordei, ouvi a voz de um dos monitores:

            - Em Paranapiacaba há cem mil habitantes e cinco mil cães.

            - Isso me lembra – interrompeu o outro – de pedir a vocês que não prestem atenção nos cães, pois eles podem transmitir doenças.

            O trem parou e todos nós descemos. A vila parecia abandonada.

            Todos juntaram-se e seguiram os guias. Eu estava no meio da “fila”. Nós passamos por uma ponte e descemos perto de uma ferrovia. Tirei algumas fotos das paisagens. O grupo seguiu caminho até chegar a um museu.Quando todos sentaram-se nas escadas, um dos guias começou a falar:

             - Estão vendo este cabo? – Ele apontou para um cabo enferrujado, em que haviam dado um nó – Pois é. Uma vez, alguns homens estavam trabalhando aqui, quando um deles abaixou-se para amarrar seus sapatos. Nesse momento, um cabo rompeu e “cortou ao meio” todos os que estavam trabalhando, menos o homem que havia se abaixado. Um pedaço deste cabo que se rompeu está aqui – ele apontou novamente para o cabo enferrujado.

            Outro monitor começou a falar:

            - Para os trens subirem e descerem a serra, foi elaborado um sistema de contrapesos: o trem que descia a serra “puxava” o trem que a subia. Porém, para o trem não descer ou subir de uma vez, elaboraram bases.O trem anda e para em uma base, anda e para em uma base, e vai fazendo isso até descer ou subir toda a serra.

            Um dos monitores deixou que tirássemos fotos. Após dez minutos, saimos de lá e seguimos caminho.                 

            Passamos novamente pela ponte, mas desta vez fomos em direção a, segundo o monitor, a parte portuguesa da vila.

            Andamos mais um pouco e paramos em frente a umas casinhas: O guia falou:

            - Paranapiacaba é uma vila de trabalhadores, essa vila foi colonizada por ingleses e portugueses. Por isso, há o lado inglês e o lado português da vila.

            - Essas casas atrás de vocês – o outro começou a explicar – eram o comércio da vila. As pessoas vinham aqui com sacolas e compravam o que elas queriam.

            As casas eram velhas. Tinham a pintura desgastada e muitas janelas estavam quebradas.

            Novamente, passamos pela ponte. Agora fomos em direção ao lado inglês. Lá havia um relógio muito parecido com o Big-Ben. O guia explicou que era porque lá era o lado da colonização inglesa, portanto, a arquitetura lembrava a da Inglaterra.

            Eu peguei meu lanche na mala. Já estava com fome.

            Nós andamos bastante e chegamos a uma trilha. Amarrei o cabelo, pois estava muito calor.

            Antes de entrar, comecei a analisar a trilha. Ela era escura, era bem fechada e tinha muita neblina em seu interior. Quando entramos nela, fiquei com medo, mas depois relaxei. Ela era fresca. Tirei várias fotos. Nós andamos bastante, até chegar o momento de atravessar uma pequena ponte de madeira. Tínhamos que atravessá-la para continuar. Apesar de pequena, sua distância  do chão era enorme. A ponte era de madeira e havia muitos pedaços quebrados. Havia apenas uma corda bem fina que servia de apoio. Os monitores garantiram que a ponte era segura, mas isso não bastava. Quando um dos monitores a atravessou, ela rangeu. Todos estavam apreensivos. Fomos passando, um por um e, quando chegou a minha vez, eu já estava mais calma. Após esse contratempo, continuamos a caminhar.

            Continuamos caminhando até chegarmos a uma clareira. A clareira era muito pequena e não tinha bancos.Todos nós nos sentamos no chão.Eu peguei meu segundo lanche (havia feito dois, pois sabia que acabaria comendo um antes da hora). Após vinte minutos, seguimos caminho.

            Andamos bastante, até que tivemos que atravessar um rio. Não havia ponte e ele era bravo. Havia apenas três pedras para fazermos a travessia. Além de tudo isso, parecia muito fundo. Os monitores posicionaram-se cada um em uma pedra para nos ajudarem a atravessar. Muitas pessoas escorregaram e quase foram levadas pela corrente, porém, o monitor as ajudou a saírem do rio. Quando eu atravessei ocorreu tudo bem, tirando o fato de que eu quase caí.

            Caminhamos por terra firme, porém, a minha felicidade durou pouco. Tivemos que passar por uma área cheia de lama. No começo foi fácil, a lama não era tão funda nem tão pegajosa, mas depois ela foi se aprofundando e foi ficando cada vez mais difícil nos livrarmos dela. Chegou a um ponto que, na parte mais funda, a lama chegava aos joelhos. Porém, é claro que nós andamos pela parte “rasa” da lama.

            Quando saímos da trilha, estávamos molhados, com frio, todos enlamaçados e muito, muito cansados. Acho que, assim como eu, todos queriam que aquilo acabasse logo. Mas não foi isso o que aconteceu. Além de termos que andar por mais vinte minutos, a neblina do lado de fora estava muito forte. Não dava para enxergar um palmo à frente. Para atravessar, tivemos que andar de mãos dadas, caso contrário, nos perderíamos.

            Passado um bom tempo, chegamos ao restaurante. Todos almoçaram e dirigiram-se  para estação de trem. Eu sentei em um dos últimos assentos. Estava feliz em voltar para casa, havia sido um dia muito cansativo mas, ao mesmo tempo, estava triste por deixar aquela vila.

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