Acidente de trem - Manoella Isaac - 7º Ano A

No sul de Santo André, havia uma pequena vila chamada Paranapiacaba. Nela, uma estação de trem recebia charmosos trens que levavam pessoas das cidades vizinhas para lá.

Não eram muitas as pessoas que conheciam esta vila, mas as que conheciam, adoravam-na; pequenos hotéis foram construídos para estas pessoas passarem o fim de semana e voltarem para as suas casas.

Em um lindo, mas frio, fim de semana, havia vinte e cinco pessoas na estação de trem à espera de que um deles os levassem a Paranapiacaba. O trem chegou, subiram dez adultos e quinze crianças. Havia apenas cinco cabines no trem, e por coincidência, também cinco famílias. Aquele trem foi um dos primeiros, menores e mais fortes trens já feitos.

Os trens tinham uma base, que anunciava tudo o que acontecia nos trilhos ou como estava o clima da cidade para os maquinistas poderem avisar aos passageiros, para se prevenirem rapidamente de qualquer problema.

Nesse dia não aconteceu nada de errado. Os passageiros chegaram bem, foram para seus hotéis e passaram tranquilamente o fim de semana. Na volta, as pessoas pegaram o trem de novo para São Paulo, mas após uma meia hora, o trem ainda estava em Paranapiacaba. Os maquinistas foram avisados para tomarem cuidado com o caminho, porque havia tanta neblina que ninguém enxergava um palmo à frente.

Os passageiros e os maquinistas começaram a se preocupar, pois tinham acabado de passar a última saída para poderem fazer um retorno, não tinham outra opção e resolveram seguir em frente. Naquele dia estavam com azar, pois logo após a neblina, ficaram sabendo que havia um trilho quebrado; aí sim, as pessoas se desesperaram totalmente. Mas a sorte deles é que esse trilho quebrado estava mais perto de São Paulo, e até chegarem lá, daria tempo para alguém consertar.

Passados uns cinco minutos, receberam a noticia de que havia caído um cabo de aço, que ainda estava pendurado, mas era tão forte que poderia cortar o trem ao meio, e que eles não sabiam onde era o acidente. Os maquinistas acharam melhor não comunicar aos passageiros, pois eles já ficaram histéricos quando souberam do trilho, imaginem se soubessem que a qualquer momento poderiam morrer.

Neste mesmo instante, o cabo de aço caído cortou o trem ao meio, deixando-o desequilibrado e caindo morro abaixo, sem que ninguém soubesse onde eles estavam.

E nunca ninguém soube porque o cabo estava caído.